Estás aí?
Mais um pontapé nas latas
As tertúlias da desdita também contam
Não fosse o acaso companheiro da jorna.
Estás aí?
Contas, dois, um e mais uma bitola de cinco
Que os passos também se somam nos dias trancados
Imberbe masmorra de um Homem.
Estás aí?
Passam silenciosos os pássaros
Voos rasantes entre o entulho
Do desadorne do tempo.
Estás ai?
Falo como quem mendiga
O pão de um filho faminto
Nas horas quebradas do desdém.
Estás ai?
De mim em ti, de ti em nada
Como desassossego assolapado
No restolho do inquieto.
Estás ai?
È manhã... estou cansado
Os olhos brilham mas a luz quedou-se
Talvez… depois… porque não…
Estás ai?