25 de abril de 2012

FERO

(Imagem retirada daqui)


Os lobos flanam noite dentro nas encostas da dor.
Frescos ladrilhos de sangue e vinho enchem a sala
Enquanto os lémures tacteiam felinos a sombra da fé.

Perguntas sempre iguais andarilham lado a lado com os deuses.
Podem os céus prescrever tamanhas garras de afoiteza?
Ou a sorte é já tão comezinha, que um sopro leve sabe a chuva?

Resta-lhes,  para entretimento um ou dois jogos de luxúria.
No vagante de ser, de existir e de possuir, emolduram-se.
Mais uma tela estraba para o banquete das saturnais.

Que é feito dos lobos? Por ora, uivam ante os ladrilhos já secos.
Debelaram o sangue e o vinho no exaspero da fome, e sós
Salinam a carne do joguete dos deuses para a próxima patranha.