7 de novembro de 2011

ESPELHO


(Caravaggio, Narciso, c. 1597, Palazzo Barberini, Roma.)


O espelho reflecte mil imagens cadentes
Translúcidas figurações de ti mesmo

Os astros já não respondem ao desacerto
Voluntário e quebrado dos ossos

Interrogações 
Ofegantes manifestações de um sentir ressequido


Que chãos pisarão teus pés homem dos Homens
Quando transportas nos poros a inércia galvanizada?


De que valem os Deuses se quebraste todas as crenças na razão pura do pensar?

A manhã será manhã
Com ou sem rostos no ciclo do mundo


E tu


Que serás no espelho?