
Séneca, in “Cartas a Lucílio”. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian. 1991
Gosto de Séneca, demonstram os seus escritos, ou o que deles sobreviveu no tempo, uma assertividade extraordinária e um profundo conhecimento do Homem.
Reparem que, falamos de um Homem que viveu ao tempo de Cláudio e que foi preceptor de Nero (mais precisamente, viveu entre 4 AC e 65 DC) contudo, a suas palavras são tão propícias e reais como se acabassem de ser escritas para os tempos de hoje.
Digo em jeito meio divertido, que nada de novo nasce ou, é criado, apenas andamos sempre há volta do mesmo, corram que tempos correrem.
Ponderando um pouco mais sobre o assunto, reparo que as questões redundam sempre na riqueza, não aquela que provém do Homem, mas aquela que o ornamenta.
Quanto vales? È a questão, e a sua resposta converte-se numa taxatividade frívola, ou seja, vales o que possuis.
Não é de hoje que à matéria é dado um maior valor do que ao Homem que a cria, e este texto de Séneca é demonstrativo disso mesmo. Em suma, passaram os tempos, o planeta envelheceu e o Homem permaneceu estático.
Continuamos, como há séculos a fugir das questões, continuamos donos e senhores de verdades, muitas das quais nem sabemos de onde provêem e, continuamos perdidos no egocentrismo de nós mesmos.
Este é sem dúvida um caso em que, de nada nos serviu a experiência e da mesma forma, de tão pouco nos serviu a razão, porquê? Simples, continuamos a dar mais valor ao cofre do que ao seu conteúdo.
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