
O Poeta... quem é? O que é?
Pode ser um rosto entre mil, uma forma de ser entre muitas, uma panóplia de sentidos, ou, um eco de razão.
Não é fácil descrever o Poeta, não é fácil chegar à tradução por palavras de quem já em si é palavra e contudo, mais que palavra.
Quedo-me ante a falta de arte e engenho para o definir e abraço esse primordial elo, o elo da ligação do comum dos mortais com esse ser que trespassa tempos e universos numa valsa de sentidos.
O mundo hoje já não pertence aos loucos, pertence à razão do lucro … quebrantaram-se as asas que nos permitiam viver entre os mundos, amarrados ficámos às grilhetas da posse.
Entristece-me que este ser, seja tão menosprezado nos dias que correm… porque o Poeta não saber ser pressa, solução instantânea ou cura milagrosa para a inércia do homens, não saber ser procura barata e não sabe ser top de uma qualquer livraria…
Ele não medeia os dias pelo ganho, pela riqueza dos homens e a volúpia dos corpos, ele vai mais longe e cria o impossível, desafia os deuses e bebe do mais fino néctar do imaginário.
Só quem quer mais da vida, quem anseia por algo mais profundo e existencial que um Mercedes na garagem, que uma conta bancária num paraíso fiscal, consegue hoje pegar num livro de poesia… e sentir esse elo entre o mundo dos homens e o divino.
Para onde vamos despidos de poesia? Que mares navegaremos com barcos de ferro e âncoras de chumbo?
Que ares nos será possível voar com as asas adornadas de ouro?
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