(COLOSSO - FRANCISCO DE GOYA)
Singularidades de crepúsculo feito manhã
A razão é depreda na sua lógica vespertina
A ânsia do ser trespassa as grilhetas férreas da alma
Como jugo descarado no certeza do ter
Dizem que o tempo é isso, inconstância nebulosa
O Poeta é fecundo no tresmalhar das palavras
Como se elas fossem Homem
Deus perdido no limbo da veleidade
Verdade dispersa nas malhas do corporal
Dizem que o sentido é isso, notas fendidas na pele
Espadas esculpidas de suor, sangue e lágrimas
Como se tudo fosse forjado a preceito
E os ossos não fossem mais que puzzle
Peças arrematadas a contento
Dizem que a vida é isso, fornalha de retalhos
Mas a lógica da razão também fere
Nas fissuras incontroláveis do pensamento
O sentido é feito aço que se quebra
Quando o gelo do real o envolve
Dizem que a verdade é isso, controlo absoluto do sopro
Dizem porque dizem... sem tempo lógico de viver
Sem razão de sentir as palavras que dizem.
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