8 de março de 2012

AO FIM DA TARDE

(IMAGEM FOTOGRAFADA E TRABALHADA PELA GESTORA DO BLOG)


Gastos pelo tempo, procuram nos outros a falta de ser.
Reviram, mudos, as entranhas na transposição de uma vida.
A porta! Sempre a porta. Mais um recorte na dobra do caminho.

Ao canto, umas farroupilhas para atavio do corpo.
Ah! Instante, luxúria, invídia e a mesa de jantar.
Imagens cruas atoladas de argamassa cobrem o entulho.

Mas é fim de tarde, de jorna e de encontro com as comadres.
Ledos enganos com que se acolhe o caminhar da noite.
Pilula com que se afulva o árido sono de abraços e contas.
 
 
Amanhã serão mais gastos, frágeis, sós, perdidos e vazios.
Mas que se cimente bem fundo no vão das memórias,
Será só num desses amanhãs prendidos ao acaso.

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